domingo, 22 de dezembro de 2013

Portugal importa 80 a 90 por cento das leguminosas !!! Projeto Eurolegume visa reduzir essas importações

A Universidade de Vila Real coordena um projecto europeu – o Eurolegume – que visa o aumento da produção de leguminosas em Portugal e na Europa e poderá gerar uma poupança de 10 milhões de euros nas importações nacionais.
O projecto é coordenado pelo Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB), da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, e representa um investimento de 6,5 milhões de euros, financiado pela Comissão Europeia em quase cinco milhões de euros.
“Entre 80 a 90% das leguminosas secas consumidas em Portugal são importadas. Com este projecto, poderemos vir a reduzir a importação de leguminosas e de produtos derivados em cerca de 20%, o que se poderá traduzir numa poupança na balança comercial na ordem dos 10 milhões de euros”, afirmou hoje, em comunicado, o coordenador do Eurolegume, Eduardo Rosa.
A iniciativa, segundo explicou o responsável, insere-se numa estratégia europeia de competitividade e sustentabilidade ambiental, através de práticas agrícolas mais eficientes e amigas do ambiente.
Pretende-se também aumentar o consumo de leguminosas, o que se poderá traduzir em benefícios na saúde pública, melhorar o valor nutricional e desenvolver alimentos inovadores, bem como reduzir as importações para alimentação animal.
“Um dos contributos científicos principais deste projecto é que vamos criar condições para a menor utilização de fertilizantes, através do desenvolvimento de produtos microbianos mais eficientes na fixação de azoto atmosférico e assimilação de fósforo para o aumento da produtividade das culturas e melhoria da sustentabilidade dos solos”, acrescentou Eduardo Rosa. Para o coordenador este “é também um passo ambiental decisivo”.
“Face aos elevados custos dos fertilizantes e ao enorme impacto que têm nas emissões gasosas e na qualidade dos cursos de água, vamos dar um forte contributo para cadeias de produção agrícola mais sustentáveis e resilientes às alterações climáticas”, referiu o responsável.
Os estudos dos investigadores vão incidir nas culturas de ervilha, fava e feijão-frade, mas muitos dos resultados da investigação podem ser extrapolados para outras culturas de leguminosas.
O Eurolegume envolve empresas, universidades e centros de investigação de dez países europeus, num total de 18 parceiros. Da UTAD, além do CITAB, são parceiros o Centro de Ciência Animal e Veterinária e o Centro de Genómica e Biotecnologia.
“É um consórcio que prestigia a UTAD, os centros de investigação e Portugal e é bastante revelador da abertura cada vez mais frutífera da investigação e das instituições de ensino à sociedade e ao tecido empresarial mais empreendedor nacional e internacional”, concluiu Eduardo Rosa.
Fonte:  Lusa

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